Lisboa, Segunda-Feira, 1 de Janeiro de 4004
Querido Diário, as coisas cá na cidade andam a piorar de dia para dia. Na Baixa já não se consegue entrar, pois existe uma bola de lixocom cerca de 43 km de diâmetro. É simplesmente impossívelentrar na Praça dos Restauradores e em todas as ruelas e lojas antigas. Os Armazéns do Chiado acabaram hoje de fechar, não só esses, também todas auquelas lojas de lã, relojoarias antigas. Na Praça do Rossiohá cada vez mais miséria. Já existem cerca de 100 sem-abrigos nesta praça. O Café Gelo e a Pastelaria Suíça fecharam por falte de dinheiro. Todos os bons restaurantes indianos também foram à falência. O que me perturbou mesmo bastante foi a morte do Senhor Manel, o homem mais simpático e conhecido da minha rua em rapaz. Com o seu falecimento o café teve de fechar. Fiquei mesmo muito triste. Fazia os melhores pães de leite com manteiga e fiambre. (SUSPIRO). Infelizmente o café Nicola, mais conhecido por “café das meninas”, também fechou. Acho que basicamente todas as minhas recordações de criança foram mortas pela poluição e pela crise. MALVADAS!
Lisboa, Segunda-Feira, 9 de Janeiro de 4004
Querido Diário, ouvi hoje na televisão que George W. Bush foi eleitopresidente da América e quer ficar com os nossos territórios do Algarve. Todas as praias vão desaparecer para serem construídas manções e prédios a dizer “Bush and company”. om isto, Portugal vai ter de se contenter com as praias da Costa da Caparica, que também são boas, mas não conseguem ser tão bas como as do Algarve. Ouvi também dizer noutro dia que a ASAE não tinha mais lojas e restaurantes para fechar, então fechou-se a si própria. A ASAE foi fechada pela ASAE. Já não era sem tempo! Eu já não sei o que posso fazer mais! Sou o presidente, tenho este país miserável, sujo e inconscientenas mãos. Não sei o que hei-de fazer. Quem eu pensava que me poderia ajudarestá miserávelou bêbado. Não aguento mais este país!
Lisboa, Terça-Feira, 10 de Janeiro de 4004 (11h da manhã)
Querido Diário, É hoje o dia de casamento de um grande amigo meu. Estou a precisar de relaxar num ambiente destes. Volto a escrever depois do casamento.
(10h da noite) O casamento foi um verdadeiro fracasso! Nem consigo acreditar! Ainda por cima o casamento do meu melhor amigo! Em primeiro lugar os noivos iam vestidos com roupa pouco formal comprada na feira-da-ladra. As alianças eram de plástico compradas no Continente na secção de crianças. Não havia arroz ou pétalas para deitar aos noivos. Ao jantar estavam praticamente só gordos ou pessous obesas sentadas à mesa e a comida era só “FAST FOOD”. Isto é que foi um casamento com muita crise! Bem, estou estafado, vou-me deitar. Amanhã volto a escrever.
Lisboa, Quarta-Feira, 11 de Janeiro de 4004
Querido Diário, acho que hoje é o último dia no qual escrevo neste diário, uma vez que o buraco do ozono está cada vez maior. O clima tem andado muito estranho. Acho que este país se vai afundar em lixo e miséria como a Atlântida. Os meteriologistas dizem que pode haver uma onda de frio a qualquer momento que nos pode congelar em segundos. Portanto o país deve desaparecer ho…
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Nesse momento a caneta parou de escrever. A sua mão ficou fria e conjelou. Mais nenhum pássaro bateu as asas. As poucas árvores que existiam ficaram brancas como se tivessem visto um fantasma. Os oceânos congelaram e em África, para além do grande calor que sempre existiu, tudo ficou imóvel. Uma grande onda de frio passou e venceu. O mundo ficou como uma grande bola de neve. Porém todas a s fábricas continuaram a trabalhar realizando a sua função de poluir o ambiente…
por: C. E.